A escoliose é uma condição que afeta cerca de 3% da população mundial, caracterizada por uma deformação na curvatura normal da coluna para uma das laterais. Essa alteração pode ocorrer em diferentes regiões da coluna: cervical, torácica e lombar. Visível principalmente quando se observa a pessoa de costas, a escoliose pode resultar de várias causas, incluindo fatores congênitos, doenças neurológicas, degenerativas ou mesmo ser idiopática, quando não há uma causa definida. Embora a escoliose possa ser tratada com métodos conservadores para frear a progressão da curvatura, alguns casos necessitam de intervenção cirúrgica para uma correção mais eficaz.
Tratamentos conservadores: primeira linha de defesa
Para muitos pacientes, os métodos conservadores são a primeira linha de tratamento. Aliás, esses métodos incluem fisioterapia, exercícios específicos, e o uso de coletes ortopédicos, que visam estabilizar e, em alguns casos, reduzir a curvatura. A fisioterapia, por exemplo, é fundamental para fortalecer os músculos que sustentam a coluna, melhorar a postura e aumentar a flexibilidade. Além disso, o acompanhamento regular com um especialista é fundamental para monitorar a progressão da escoliose e ajustar o tratamento conforme necessário. Apesar de não reverterem completamente a curvatura, esses métodos podem evitar que a condição se agrave, proporcionando alívio dos sintomas e melhorando a qualidade de vida.
A cirurgia de correção da escoliose: quando é necessária?
Quando a escoliose progride e a curvatura ultrapassa os 50 graus, a intervenção cirúrgica pode se tornar necessária. A principal técnica cirúrgica utilizada é a artrodese da coluna, que consiste na fusão das vértebras para manter o alinhamento adequado. Durante a cirurgia, as vértebras são realinhadas e estabilizadas com o uso de hastes de metal e parafusos. Em seguida, coloca-se enxertos ósseos entre as vértebras para promover a fusão óssea, de modo similar ao processo de cicatrização de um osso fraturado. Esse procedimento é complexo e pode durar entre 3 e 12 horas, dependendo do grau de curvatura e do número de vértebras a serem alinhadas.
Indica-se a artrodese quando os tratamentos conservadores não conseguem controlar o avanço da curvatura e quando há risco de comprometimento de órgãos vitais, como os pulmões, que pode ocorrer com graus de curvatura elevados. Embora a cirurgia não garanta um alinhamento perfeito, ela pode reduzir a curvatura para algo em torno de 25 graus, suficiente para restaurar a qualidade de vida sem riscos à saúde ou grandes comprometimentos estéticos.
Recuperação e cuidados pós-operatórios
O sucesso da cirurgia de escoliose depende não apenas do procedimento em si, mas também da adesão do paciente às recomendações pós-operatórias. Após a cirurgia, o paciente geralmente permanece internado por quatro a sete dias. Durante esse período, é essencial iniciar a recuperação dos movimentos de forma gradual. Em casa, o paciente deve manter repouso por pelo menos duas semanas e seguir rigorosamente as orientações médicas, que podem incluir o uso de medicações prescritas e de uma cinta pós-operatória.
O retorno às atividades normais, como escola ou trabalho, pode ocorrer entre duas a quatro semanas após a cirurgia. Já atividades físicas mais intensas devem voltar apenas após seis meses. Por fim, cuidados com os curativos, uma alimentação saudável e evitar esforços excessivos são essenciais para uma recuperação bem-sucedida.
A correção da escoliose é um processo que pode envolver desde tratamentos conservadores até intervenções cirúrgicas complexas, como a artrodese da coluna. Por isso, consultar um ortopedista experiente é fundamental para determinar a abordagem mais correta, garantindo uma intervenção segura e eficaz. Entre em contato!