Com o envelhecimento da população mundial, houve o aumento da incidência e prevalência dos processos degenerativos osteomusculares, como a escoliose do adulto. Essa doença é uma deformidade da coluna vertebral que apresenta um ângulo de Cobb > 10°, em uma pessoa que já possui o esqueleto maduro. Aliás, o ângulo de Cobb é a nomenclatura mais utilizada para quantificar a magnitude das deformidades da coluna.
A escoliose do adulto pode ocorrer devido ao processo degenerativo da coluna (escoliose de novo), como também em razão:
• Da progressão de uma escoliose pré-existente da infância ou adolescência (escoliose idiopática do adulto);
• Secundária a enfermidades sistêmicas e cirurgias já feitas na coluna.
Como a escoliose do adulto ocorre?
Em geral, a escoliose do adulto se inicia com a degeneração discal. Com o avançar da idade, o disco intervertebral sofre alguns processos que resultam na perda da altura discal e da capacidade do disco de cumprir sua função estabilizadora, sobrecarregando a coluna.
No entanto, a sobrecarga das articulações facetárias (pequenas articulações que conectam as vértebras na parte detrás da coluna) geralmente ocorre de forma assimétrica. Isso, então, contribui para a progressão da deformidade e aumenta as chances de estenose central e lateral associadas.
Além disso, outros fatores que também estão relacionados com o desenvolvimento da escoliose do adulto são:
• Tabagismo;
• Obesidade;
• Herança genética;
• Doenças neurodegenerativas;
• Alterações do equilíbrio e mobilidade, comuns na terceira idade.
Sintomas da escoliose do adulto
Os sintomas variam de pessoa para pessoa. No entanto, cerca de 90% dos casos apresentam estenose central com claudicação neurogênica. Além disso, os pacientes com escoliose do adulto também costumam apresentar alívio dos sintomas ao se sentarem mantendo o tronco sustentado pelos membros superiores.
Já a dor lombar é relatada em cerca de 60-80% dos casos, em especial no lado convexo da curva. Aliás, isso acontece por causa das alterações degenerativas e da fadiga muscular decorrente do desequilíbrio sagital/coronal.
Além disso, alterações posturais que surgem devido a uma deformidade fixa ou por mecanismos compensatórios são muito comuns. Nesse caso, alguns pontos que devem ser avaliados pelo médico são:
• Inclinação do tronco;
• Assimetrias pélvicas e escapulares;
• Hipo/hipercifose;
• Deambulação.
Tratamento
O tratamento clínico, ou seja, não cirúrgico, geralmente é a primeira opção. Nesse caso, alguns médicos recomendam a realização de fisioterapia, alongamentos, calor local e terapia manual. Já nos casos de dor crônica, a acupuntura e a terapia cognitivo comportamental costumam ser indicadas.
O tratamento medicamentoso é feito com analgésicos, anti-inflamatórios, anticonvulsivantes e antidepressivos. As infiltrações epidurais também são benéficas e proporcionam alívio da dor a curto e médio prazo.
No entanto, o tratamento clínico é mais eficiente em pacientes com deformidades leves, não progressivas e que não apresentam muitos sintomas. Sendo assim, os casos mais graves devem ser tratados com cirurgia.
Existem diversas técnicas cirúrgicas para a escoliose do adulto, as quais têm o objetivo de reestabelecer os parâmetros de equilíbrio global e causar a descompressão neurológica. Dessa forma, após a cirurgia os pacientes apresentam uma melhora significativa da qualidade de vida, performance e diminuição da dor.
A escolha do tratamento mais adequado é feita pelo médico ortopedista, após avaliar em particular cada paciente. Portanto, em caso de sintomas, agende uma consulta com esse profissional!



