A dor no joelho é uma queixa muito comum no consultório médico, e a síndrome anserina, também chamada de pata de ganso, é uma das principais causas. Essa condição ainda não possui um esclarecimento científico definitivo, o que, inclusive, fez com que alguns estudos recentes colocassem em dúvida a sua validade.
Ou seja, ainda pouco se sabe sobre essa patologia e, por isso, seu diagnóstico ocorre, na grande maioria das vezes, apenas com base na avaliação dos sintomas. Além disso, realizam-se alguns estudos de imagem na tentativa de esclarecer se o paciente possui bursite ou tendinite na região conhecida como pata de ganso. No entanto, essa distinção é difícil devido à proximidade dos tecidos, mas isso não tem grande relevância já que não interfere no tratamento, uma vez que ele é o mesmo para os dois casos.
Sintomas da síndrome anserina
Nos casos de síndrome anserina, os pacientes queixam-se tipicamente de:
- Dor na face medial do joelho ao subir e descer escadas;
- Sensibilidade à palpação na área de inserção da pata de ganso;
- Inchaço local;
- Dificuldade para se levantar da cadeira ou sair do carro;
- Dor que desaparece após injeção de anestésico local.
Fatores de risco para a síndrome anserina
Ainda não existem estudos concretos sobre os fatores de risco da síndrome anserina. Contudo, relatos sugerem que ela é mais frequente em mulheres com sobrepeso e com osteoartrite de joelhos. Aliás, acredita-se que essa condição seja mais frequente no sexo feminino porque a mulher possui a área pélvica mais larga, com consequente angulação no joelho, o que deposita mais pressão na região de inserção da pata de ganso.
Além disso, deformidades em valgo, pé plano e faixa etária entre 50 e 80 anos também são fatores de risco para a síndrome anserina, e podem predispor o desenvolvimento da doença tanto em homens como em mulheres. No entanto, como já relatamos, as mulheres correm um maior risco de sofrerem com essa condição.
Diagnóstico
Apesar da presença dos sintomas, poucos são os pacientes que apresentam alterações ultrassonográficas compatíveis. Isso pode ser explicado de 3 formas: o exame de ultrassonografia pode não ser capaz de detectar as irregularidades da síndrome anserina; a sensibilidade causada pela pressão na região anserina pode ser originada por tecidos que não são bem visualizados pela ultrassonografia; o ponto de sensibilidade durante a palpação pode possuir um limiar anormal para percepção de dor.
No entanto, há casos em que os exames de imagem são capazes de favorecer o diagnóstico diferencial. Isso acontece quando uma radiografia evidencia a osteoartrite de joelho ou distúrbios na patela, ou quando uma ressonância magnética aponta condromalácia patelar, lesões meniscais ou ligamentares.
Tratamento da síndrome anserina
O tratamento inicial inclui repouso do joelho afetado, crioterapia (compressas de gelo por 10 minutos), fisioterapia, exercícios isométricos e medicamento anti-inflamatório. Além disso, recomenda-se também a utilização de uma almofada entre as coxas ao dormir.
Nos casos em que o paciente estiver obeso, é essencial que haja perda de peso. Aliás, qualquer condição associada à síndrome anserina deve ser tratada, como desvio do joelho, pé plano e diabetes.
Por fim, a injeção local de anestésico com corticoide dentro da bursa pode ser útil nos casos de bursite.
Toda dor ou desconforto no joelho deve passar pela avaliação de um médico ortopedista. Se esse for o seu caso, agende uma consulta!



