Lesão de Lisfranc: entenda quando é necessária a cirurgia

lesão de Lisfranc

Sentir dor ao caminhar pode ser um sintoma de muitos problemas ortopédicos que afetam o pé e tornozelo. Hoje, vou falar de um dos possíveis diagnósticos a partir desse sintoma, a lesão de Lisfranc. Primeiro, vamos entender o que é a articulação de Lisfranc. Ela faz a ligação entre os ossos da parte da frente do pé, incluindo os dedos, com a parte do meio do pé, o tarso. É uma articulação bem fininha entre o antepé e o mediopé. É muito comum que a lesão nessa articulação seja confundida com uma entorse comum ou outro problema do pé, por isso, no texto de hoje, vamos detalhar as causas, o diagnóstico e tratamento da lesão de Lisfranc.

Como acontece a lesão de Lisfranc?

Quando o paciente tem o movimento do pé travado por algum motivo (o pé fica preso, por exemplo) e o corpo continua o movimento, há um excesso de tensão na articulação de Lisfranc, que se rompe. Nessas situações de “travamento” do movimento do pé, há perda da estabilidade entre os dois ossos, e é por isso que a articulação se rompe.

Outra possibilidade é a ocorrência de um trauma direto. Um exemplo é quando derrubamos algum objeto pesado sobre o pé, na região entre o antepé e o mediopé, que prensa o pé no chão. Essa situação também causa a lesão de Lisfranc. Em qualquer caso, esse tipo de lesão costuma ser considerada grave e evoluir para luxação da região. Se não tratada, pode ainda evoluir para quadros de dor crônica e levar à deformação progressiva do pé.

Quais são os sintomas da lesão de Lisfranc?

Como já comentei no começo do texto, o principal sintoma da lesão de Lisfranc é a dor ao caminhar. Ao perceber esse sintoma após uma situação de bloqueio do movimento do pé ou um forte impacto, o paciente deve procurar o médico ortopedista especialista em pé e tornozelo para um diagnóstico o mais rápido possível. Caso contrário, a lesão pode evoluir para uma luxação ou fraturas múltiplas, que apresentam, como sintomas, dores ainda mais intensas. Na verdade, a dor resultante de uma lesão de Lisfranc já é suficientemente forte para impedir a continuação das atividades diárias, então dificilmente o paciente conseguirá seguir com a dor sem buscar ajuda médica.

Como é o diagnóstico da lesão de Lisfranc?

O médico ortopedista especialista em pé e tornozelo vai fazer o diagnóstico baseado, principalmente, no relato do paciente sobre a dor e o movimento que causou a lesão. Porém, para confirmar o diagnóstico, é necessário realizar exames de imagem, como a radiografia, tomografia e ressonância magnética de pé e tornozelo. A partir do resultado deles, o médico irá recomendar o tratamento.

Como é o tratamento?

A abordagem escolhida pelo médico vai depender do tamanho da lesão. Se ela tiver até dois milímetros, é possível fazer o tratamento não cirúrgico, com o objetivo de reduzir essa fissura. Pode ser também que a lesão seja pequena e não tenha provocado nenhuma abertura, nesse caso, o médico ortopedista vai recomendar apenas a imobilização do pé por um período de quatro a seis semanas, sendo que o paciente não pode nem mesmo colocar o pé no chão.

A intervenção cirúrgica é recomendada caso a abertura da lesão tenha mais do que quatro milímetros. São utilizadas placas e parafusos para a fixação da articulação, que precisa também ser reposicionada. Nessa mesma cirurgia, é possível retirar fragmentos ósseos que tenham se desprendido durante o acidente que gerou a lesão e poderiam causar complicações.

Após a cirurgia, o paciente deve ficar com o pé imobilizado durante o período recomendado pelo médico e, depois, iniciar a reabilitação com fisioterapia.

Uma curiosidade sobre a lesão de Lisfranc é que, ao contrário de várias outras lesões que já citei aqui no blog, ela não é muito comum em corredores, sendo mais frequente em praticantes de atividades de grande impacto.

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