Sabemos que a obesidade compromete a saúde do paciente de uma forma geral, sendo a causa de várias outras doenças associadas, como diabetes e doenças cardíacas. Então, a minha especialidade, a ortopedia em pé e tornozelo, também se ocupa bastante dos pacientes obesos. Antes de explicar qual a relação entre a saúde ortopédica de pé e tornozelos e a obesidade, vamos lembrar algumas características dessa doença.
A obesidade é crônica, ou seja, não tem cura e precisa de tratamento e acompanhamento constante. É resultado do acúmulo de gordura no corpo e suas causas são multifatoriais, por isso o tratamento sempre envolve profissionais de várias áreas da saúde. O ortopedista especialista em pé e tornozelo é um desses profissionais, e no texto de hoje vou explicar como minha especialidade atende essa relação entre obesidade e saúde ortopédica.
Os sintomas
Muitos pacientes obesos se queixam de dores e de dormência nos pés e tornozelos, e isso pode ser explicado e entendido de maneira simples. Quanto maior o IMC (índice de massa corpórea), maior a frequência de dores nos pés, e isso se deve ao aumento da pressão sobre os membros inferiores. O problema é ainda mais grave para pacientes obesos com pés pequenos, pois a menor área de contato com o chão permite menos distribuição do peso elevado do corpo sobre os pés, causando mais dores.
As dores e a atividade física
A prática de atividades físicas é um elemento essencial no tratamento e acompanhamento da obesidade, e um dos motivos pelos quais o ortopedista está envolvido nesse processo. Não é recomendado iniciar uma prática sem fazer uma consulta de avaliação com o ortopedista antes.
No entanto, para pacientes obesos, essa pode ser uma das partes mais desafiadoras do tratamento, justamente por causa das dores nos pés e tornozelos. Eles podem tentar iniciar uma prática como a caminhada, por exemplo, e sentirem muitas dores, o que os desanima, levando ao agravamento da obesidade em um círculo vicioso.
O acompanhamento com o ortopedista especialista em pé e tornozelo
O paciente obeso passa por acompanhamento com uma equipe multidisciplinar, mas para que consiga seguir as recomendações e começar a praticar atividades físicas de forma regular, a consulta com o ortopedista é fundamental, pelo motivo que expliquei acima. Na consulta, avaliamos, a partir de uma conversa com o paciente, o grau das dores que sente ao caminhar normalmente, e o tipo de calçados que costuma usar.
Dependendo do caso, podemos recomendar uma palmilha personalizada que permita a melhor distribuição do peso. Mas o mais importante é determinar a atividade física mais adequada ao paciente e orientá-lo sobre a prática dela. Será escolhida uma atividade que não provoca dores nos pés e tornozelos do paciente, e que não oferece mais pressão e impacto do que é ideal para ele naquele momento do tratamento. Outra orientação que fazemos é em relação ao tipo de calçado, que precisa ter o amortecimento adequado.
O mais importante a se destacar é que é, sim, possível vencer as dificuldades de praticar atividades físicas sendo paciente obeso, basta ter a correta orientação profissional. A obesidade tem tratamento e você não precisa passar pelas dificuldades dela sozinho. Nunca deixe de buscar ajuda.
