Se você é um leitor ávido do blog, provavelmente já deve ter percebido as inúmeras pautas sobre quadril. Abordamos diversos assuntos que vão de simples dores no quadril até problemas mais sérios como bursite e fraturas. Porém, hoje iremos conversar sobre Impacto Femoroacetabular (IFA).
Essa condição caracteriza-se pelo contato anormal entre a cabeça do fêmur e a articulação do quadril, chamada de acetábulo. O contato irregular entre essas duas estruturas provoca o desgaste da articulação, gerando problemas mais graves.
Existem 3 tipos de Impacto Femoroacetabular, são eles:
CAME: Localizada na região de transição entre a cabeça e o colo do fêmur, essa alteração deixa o contorno ósseo mais arredondado, criando uma lombada na região.
PINCER: Nesse tipo da lesão, a alteração óssea fica situada na área anterior e superior da borda do acetábulo.
MISTO: Já no misto, a proeminência óssea encontra-se tanto no acetábulo quanto na cabeça do fêmur (CAME e PINCER).
Mas quais são as causas do Impacto Femoroacetabular?
Especialistas acreditam que essas alterações são derivadas de doenças do quadril adquiridas durante a infância e adolescência, como a Epifisiólise. Essas enfermidades podem gerar deformidades nos ossos da articulação, principalmente no fêmur. Infelizmente, em determinados casos tais doenças não apresentam sintomas e o paciente só descobre que a possui quando é adulto.
Além disso, existem estudos indicando que adolescentes com grandes níveis de atividades físicas e que praticam esportes envolvendo muito movimento, como o futebol, são mais suscetíveis a desenvolverem malformações no quadril semelhantes ao IFA.
Os Impactos Femoroacetabular do tipo CAME e PINCER também podem surgir em consequência de fraturas do colo do fêmur e acetábulo, pois na fase de recuperação são capazes de formarem deformidades nessas estruturas.
Sintomas
O principal sintoma do Impacto Femoroacetabular é dor na virilha, que é sentida após o paciente ficar muito tempo sentado, dirigir e ao entrar e sair do carro. As atividades físicas e a prática esportiva também contribuem para o aumento da dor na região do quadril. Na maioria dos casos essa dor pode irradiar para outros locais como a região lateral ou posterior da coxa, mais especificamente no glúteo.
Outros sinais da presença da doença são:
- Fisgadas ou travamento do quadril;
- Mudança no padrão de marcha (mancar ou andar mais lentamente);
- Dificuldade de realizar simples movimentos funcionais, como calçar sapatos ou ficar muito tempo de pé;
- Limitação da dimensão dos movimentos de rotação interna da coxa (rodar o joelho para “dentro”).
Tratamento
O tratamento para o Impacto Femoroacetabular tem como objetivo inicial aliviar a dor, por isso é preciso que o paciente evite efetuar movimentos de rotação e flexão do quadril. Outros meios de diminuir a dor são o repouso, uso de medicamentos analgésico e anti-inflamatórios e fisioterapia.
Se esses métodos não surtirem efeito ou houver uma deformidade óssea grave, a cirurgia pode ser indicado. Nesse procedimento o excesso de osso é removido e a lesão da cartilagem é reparada. Normalmente, a cirurgia é feita por vídeo (artroscopia) que permite uma recuperação mais rápida pois não há cortes profundos no local.